
Inconscientemente ela tornou-se parte dele,
Quando se apercebeu era já tarde de mais.
Ao crepúsculo sentiu-se dividido no seu íntimo.
Pestanejou, apreciando a húmidade nos olhos.
Na mente, os pensamentos de mais uma noite de insónia.
Rasgou poemas inacabados,
Durante largos dias não conseguiu trabalhar,
Vendo laranjais que brotaram do deserto,
Debatendo-se com um território fora dos mapas,
Ela tornou-se numa profissão de fé ou numa obsessão?
Não mais uma ansiedade, apenas uma questão académica.
Por alguma razão ele já não estava disposto a defender-se,
Uma antiga matriz mental triunfou sobre a racionalidade.
Agora, contemplando de longe os seus dilemas,
Tardiamente tendo despido um engano galopante,
Inteiramente imerso numa torrente glacial de mágoa,
O seu intelecto não obedecia a uma ordem para deixar de amar,
Implacavelmente, rebelando-se contra a sua própria disciplina.
M.Daedalus
2 comentários:
Não te tenho visto com o teu apêndice. Será que finalmente te livraste dele? Espero bem que sim!!!
Ora aqui está o tipo de comentário que me arrelia profundamente... Sem falar do sempre cómodo mas cobarde anonimato!!! Deixa-me então alimentar a tua curiosidade, o apêndice não foi retirado, uma vez que se revelou bastante ergonómico. Já agora permite-me dar-te um conselho, arranja um também... Acho que te ia fazer muito bem.
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