Não tenho mais palavras.
Gastei-as a negar-te...
(Só a negar-te eu pude combater
O terro de ter ver
Em toda a parte.)
Fosse qual fosse o chão da caminhada,
Era certa ao meu lado
A divina presença impertinente
Do teu vulto calado
E paciente...
E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a solidão
Fechado num ouriço de recusas,
Soltei a voz, arma que tu não usas,
Sempre silencioso na agressão.
Mas, o tempo moeu a sua mó
O joio amargo que te dizia...
Agora somos dois obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a par na teimosia.
Miguel Torga
4 comentários:
Como sempre uma belissima escolha.Parabéns, adoro o teu blog.
Obrigado...Espero que continues a gostar.
De certeza que vou continuar a gostar...já provaste que tens muito bom gosto.
;)
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