domingo, fevereiro 06, 2005

Raiz morta

Hoje, simplesmente, não sei,
analfabeto de mim,
não sei de onde vim,
para onde vou,
ao que vim.
Sinto-me árvore desenraizada à procura de alimento,
desesperado,
confuso,
difuso.
Sou sentimento,
raiz de braços infindos,
abertos,
inseguros,
sedentos.
Só nascendo outra vez,
replantado em terra outra,
porque esta jaz morta,
em sangue do mundo,
decapitado,
humilhado,
mudo.
Morreu-me o olhar puro
que se desfez,
caído no fundo.

Não chamem por mim,
Hoje morri,
e amanhã também...

Jeremias

Sem comentários: