quinta-feira, novembro 04, 2004

Meu Mar

És meu mar
meu cansaço na cadência arrítmica, inconstante, sucessiva.
Meu refrescante doce salgado, meu vale sensual, meu perfume.
Meu envolvente, meu aperto em cada entrada suada, penetrante.

És meu cristal
de tempero que explode quando te provo,
e no meio me afundo, fundo.
Tábua de salvação quando em ti mergulho,
meu mar tropical de corrente quente.

És meu mar
quando de bruços sobre ti flutuo,
cheirando-te a nuca, cobrindo-te de beijos.
Meu mar revolto, ondulante, aberto.

És meu mar,
minha ternura, quando os nossos sucos desaguam
na truculenta união da barra, teu arrepio de pseudo-sofrimento,
de grito quase desespero pelo abandono da vida nos meus braços.

És meu mar
quando passada a arrebentação, sem saberes quem sou,
me deixas afogar no brilho dos teus olhos.


Bobby Mac Y

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