Diário sem nada de especial de um dia qualquer.
Não suporto que amanhã seja mais um dia. Que hoje seja um prolongamento de agora.
Vou-me abandonar à minha sorte. Acreditar no que não creio.
Vejo uma senhora de moral alevantada por oposição às tetas abandonadas
Grande é a embarcação que se dá a navegar. (Obrigado pelo barco...)
Quais os pés mais bonitos? Os atrofiados pelos sapatos ou os marcados pelo chão?
No actual contexto sócio-económico, a taxa de amizade está muito abaixo dos valores normalmente considerados satisfatórios.
Vou dizer um lugar comum. A vida é uma espiral. Tudo se repete, só que num ponto diferente.
Muita raiva é um grito, muita ternura é um lamento.
Escrevo com o pão que comi numa garrafa partida: A Humanidade está com hemorróidas.
Se o pensamento é o meu rio, a consciência é o seu dique.
Vontade: Mosaico de aneis e pregos.
Detesto gente cuja linguagem é a do dever e do haver.
Em que a vida se alinha pelas colunas do débito e do crédito. Com cinco casas decimais. Dançando no orvalho do tempo. Estátuas perdidas.
Ouvido na barbearia: "Doer às vezes é coisa boa. É sinal de que se vive."
Os apaches são tão sanguinários como os ocidentais. Mas mais puros.
Orgulham-se da sua bravura.
Nós somos cruéis apesar dos escrúpulos. Afastamos a morte como afastamos a vida.
Receamos e combatemos tudo o que é natural com as nossas máquinas,
a nossa lógica, os nossos papéis e artifícios.
As máquinas não morrem e se morressem tornar-se-iam humanas.
O maquinismo e a tecnologia é a busca da ilusão da imortalidade.
Desde que comprei o relógio que ando atrasado.
Desconhecido
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